pantera negra - olho de diamante

sábado

XXIV







“A rotina”












Fonte









Perfumes narinas ofegantes
a noite se estende nestas ruas,
portas de fechaduras antigas,
escadas degraus para o nada.
A cama
aflita cama vitrola do lado,
disco de outros tangos,
amores tardios,
a paixão de todas as mortes,
o corpo branco
os pêlos amassados
o sexo se abre
no meio das pernas,
gritos por dentro,
o gemido do avesso,
sem gozo
sem gosto
sem nome
sem organdi, a meia de náilon preta
da Mesbla,
manequim invisível
que caminha pela São João
com sapatos ausentes
até o ponto no Largo do Arouche
em frente à floricultura.

)Álvaro Alves de Faria(





posted by PanTeRA neGrA* at 4/22/2006

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